Seja Bem Vindo!

Eu não preciso de ti. Tu não precisas de mim. Mas, se tu me cativares, e se eu te cativar...Ambos precisaremos, um do outro. A gente só conhece bem as coisas que cativou, por isso tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!

(Antoine de Saint-Exupéry).


domingo, 2 de maio de 2010

Coisas que tenho aprendido...


Às vezes demoramos muito tempo vivendo um amor que acabou.
Sim, porque a outra pessoa deixou de nos amar, mas nós contiuamos amando aquela pessoa, como sempre amamos, nem mais, nem menos. Achando que só ela é capaz de nos dar aquilo que precisamos.
E assim nos fechamos num amor que não encontra mais eco, já que parte só de um lado.
É muito difícil deixar de amar...principalmente quando este amor para a gente é um amor tão real e intenso, ao qual nos dedicamos de corpo e alma.
A fonte secou, mas continuamos com sede, muita sede...e teimamos em ficar ali, ao lado daquela fonte, esperando nem que seja apenas uma gota que sacie a nossa sede tão intensa.
Esquecemos que temos a nossa própria fonte de amor...e não lembramos de saciar nossa sede nela.
E assim, vamos nos anulando para a vida e concentrando toda a nossa energia na recuperação daquele amor, como se bastasse apenas que a gente amasse por nós e pelo outro...chegamos muitas vezes a abrir mão da nossa felicidade em detrimento da felicidade do ser amado.
Mas e como será que o outro se sente, sabendo disso? Será que ele vai ser feliz sabendo que é o causador da nossa infelicidade? Definitivamente eu penso que não.
Muitas vezes acabamos por pegar toda a responsabilidade do fim de um realcionamento somente para a gente, como se o outro tivesse sido o tempo todo perfeito...aí erramos grandemente, porque para que qualquer relacionamento termine é preciso que as duas partes tenham falhado; talvez uma mais do que a outra, mas nunca uma só errou ou falhou na empreitada...isso não.
Ou ainda, jogamos toda a responsabilidade para o utro, nos colocando no confortável papel de vítimas do relacionamento.
As duas coisas estão erradas...só que demora algum tempo e nos custa alguns aborrecimentos aprender isto.
Eu acredito que depois que a gente passa por estas situações, vamos aprendendo que em primeiro lugar é preciso que amemos a nós mesmos (como disse o Mestre "Ama o próximo como a ti mesmo"), só quando nos amamos verdadeiramente é que vamos ter condições de ver o amor da forma como ele realmente é.
Eu aprendi assim, depois de viver o fim de um relacionamento que eu julgava ser definitivo em minha vida.
Primeiro cometi todos os erros que citei acima... (é culpa dele/ não a culpa é minha/ se for para vê-lo feliz eu abro mão da minha felicidade....e por ai vai). Até que um dia, depois de sofrer inclusive consequências físicas por conta do stress e da decepção (problemas de saúde causados pelo ressentimento e tristeza)...eu decidi olhar para dentro de mim e ver o que eu precisa fazer e aprender com tudo o que tinha passado.
Foi quando eu me dei conta de que eu não estava me amando o suficiente, não estava cuidando de mim com o carinho que eu merecia...por isso, incosncientemente eu estava me maltratando muito, mas muito mesmo.
Daí fui percebendo que em nome desse amor eu tinha me colocado de lado, tinha deixado de me respeitar, de admirar as minhas qualidades de mulher...pois eu achava que tudo era "culpa" minha...e outras vezes que era só culpa dele. Enfim, de qualquer forma eu estava errada.
O que eu tinha esquecido era de acima de tudo me amar, me respeitar, me admirar...e por fim, também me bastar. Eu precisava na realidade era voltar a me amar antes de mais nada. E para isto eu precisa jogar fora as mágoas e ressentimentos, precisava mudar a sintonia e me abrir para grandes mudanças...principalmente as interiores.
Pois se assim não fizesse, como poderia abrir espaço para o novo em minha vida?
Eu precisa me livrar das concepções velhas, me livrar do ranso que tinha ficado na alma, jogar fora todo o entulho emocional acumulado ao longo do tempo.
Eu tinha que me reorganizar internemente e só consiguiria isto, fazendo uma bela limpeza interior... Sim, porque tudo começa de dentro para fora. De nada adianta o exterior estar bonito se por dentro tudo é feio, escuro, bagunçado, sem alegria...
Olhei para mim mesma e me dei as seguintes opções: "Ou você muda....Ou você muda!"
E foi assim, que consegui depois de algum sofrimento e de muita convicção, sair do labirinto no qual eu mesmo tinha me colocado.
Deixei de atribuir ao outro qualquer responsabilidade sobre a minha felicidade, sobre isto a responsabilidade é só minha. Aprendi que não posso colocar este peso nas mãos de ninguém...
Aceitando isto e olhando para dentro de mim mesma, aprendi tanto...mudei muito, melhorei demais como pessoa.
Hoje eu me amo muito e sinto um tremendo respeito pela pessoa que sou.
Hoje eu sei que a qualidade dos meus relacionamentos amorosos, familiares, de amizade...enfim, todo e qualquer relacionamento...é e será muito melhor, pois tenho a consciência de que nenhum deles é responsável por me fazer feliz, cada um a seu modo faz parte da minha felicidade.
Penso que este seja o maior aprendizado que eu tenha feito até agora!
Mas sei que ainda tenho muito o que aprender...

By: Mari

2 comentários:

Andre Martin disse...

Este seu depoimento toca profundo.

Reflexões balsâmicas para quem viveu e sentiu o amor a flor da pele, surrada pelas crueza da vida e da indolência de nossa ingênua ilusão.

Dá clara evidência que você ressurge pra si e renasce para uma vida melhor, transformada, mais leve e mais livre, como uma borboleta.

Eu concordo com seus argumentos. Mas eu ainda fico pensando, não totalmente convencido ainda, que para zarpar para novos horizontes se basta cortar a corda da âncora... Às vezes, precisamos aprender a recolher a pesada e enferrujada âncora e trazê-la conosco até o próximo porto seguro, para se for o caso reformá-la, ou melhor, substitui-la. Pois afinal, um navio sem âncoras pode se perder à deriva, ou se espatifar nos rochedos e até encalhar na praia, principalmente se for à vela e o vento forte, ou se não tiver direção.

Obviamente, estou generalizando, inspirado pela reflexão de seu texto.

Felizes vôos, borboleta!

Mari disse...

Bom dia André!
Precisamos sim saber que uma hora temos e precisaremos erguer a âncora...o que não pode é ficar adiando este momento indefinidamente, seja por medo ou por covardia, duas coisas que temos sobrando quando o assunto é mudança....
Feito isto, teremos condições de colocar nosso barco outr vez a navegar nos mares da vida.
E desta forma o barco segue rumo a novas viagens e as borboletas voam felizes outra vez!
Beijos

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