Seja Bem Vindo!

Eu não preciso de ti. Tu não precisas de mim. Mas, se tu me cativares, e se eu te cativar...Ambos precisaremos, um do outro. A gente só conhece bem as coisas que cativou, por isso tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!

(Antoine de Saint-Exupéry).


sexta-feira, 25 de junho de 2010

A gente se acostuma...mas não deveria!

Eu já conhecia este texto, mas hoje recebi por email de uma amiga e relendo decidi compartilhar com vocês.
Imagino que já conheçam...mas existem alguns textos que a gente precisa reler de vez em quando, para não se acostumar a ficar sem este toques valiosos!


A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que as janelas ao redor.
E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz.
E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado, porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem.
A comer sanduíches porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos, e que haja número para os mortos.
E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas. tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema esta cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia esta contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho esta duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeita porque tem sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Pense nisso, pois, iniciar é preciso, mas algo só termina quando acaba.

(Marina Colassanti)

6 comentários:

Anônimo disse...

Triste, porém verdadeiro...

Teresa Cristina disse...

Oiee Mari...lindo texto e como vc mesma disse é sempre bom reler.
É preciso sair da acomodação, pois somente assim conseguiremos entrar em contato com o belo e o novo.
Bjss e bom fds pra ti!!

Heliomar Melo disse...

Lindo texto Mari.

Verdada. Nos acomodamos e damos chance de conhecermos coisas novas;situacoes novas...

Abracao Mari!!!

Isadora disse...

Mari não conhecia esse texto, mas é um bom alerta para não deixarmos a vida escorrer por nossas mãos.
Um beijo

She disse...

Sensacional... adorei reler, obrigada, amiga, beijo, beijo!

Mari disse...

É pessoal...

Tem coisas que precisamos ler e reler sempre que possível, para manter a mente alerta!
bjs

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