Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.
Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
Não tenho ser nem lei.
Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém.
Fernando Pessoa, 6-1-1923
3 comentários:
Muito lindo,Mari! Um lindo domingo,bjs.chica
Amiga Mari, bela homenagem a este poema imortal.
Um abração. Tenhas uma linda semana.
Pessoa é sempre uma escolha infalível: Bela e muito humana|
Beijo amigo
Graça
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