"Se não for pra me fazer voar bem alto, por favor, nem me faça tirar os pés do chão!"
"Foi uma sensação súbita, mas suavíssima.
A luminosidade sorria no ar: exatamente isto.
Era um suspiro do mundo."
"Ás vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio amor"
A um certo modo de olhar, a um certo jeito de dar as mãos nós nos reconhecemos e a isto chamamos de amor"
"Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
E daí? Eu adoro voar!"
E como a uma borboleta,
Ana prendeu o instante entre os dedos antes que ele nunca mais fosse seu.
Você é das [pessoas] que precisam de garantia. Quer saber como eu sou para me aceitar? Vou me fazer conhecer melhor por você. [...] Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calma e perdôo logo. Não esqueço nunca, mas há poucas coisas de que eu me lembre. Sou paciente, mas profundamente colérica, como a maioria dos pacientes. As pessoas nunca me irritam mesmo, certamente porque eu as perdôo de antemão. Gosto muito das pessoas por egoísmo: é que elas se parecem no fundo comigo. Nunca esqueço uma ofensa, o que é uma verdade. Mas como pode ser verdade, se as ofensas saem de minha cabeça como se nunca nela tivessem entrado? Tenho uma paz profunda, somente porque ela é profunda e não pode ser sequer atingida por mim mesma. Se fosse alcançável por mim, eu não teria um minuto de paz. Quanto a minha paz superficial, ela é uma alusão à verdadeira paz. Outra coisa que esqueci é que há outra alusão em mim: a do mundo grande e aberto. [...] Bom, apesar de meu ar duro, que aliás vem também do fato de meu nariz ser tão reto, apesar de meu ar duro, sou cheia de muito amor e é isso que certamente me dá uma grandeza, essa grandeza que você percebe e de que tem medo. [...] Meu amor pelo mundo é assim: eu perdôo as pessoas terem um nariz mal feito ou terem lábios finos demais e serem feias – todo erro dos outros e nos outros é uma oportunidade para mim amar.
Para mim, uma das maiores escritoras de todos os tempos. Uma mulher que sabia como ninguém tocar as pessoas, nos fazendo pensar e repensar o impensável!
Quem já não se sentiu tocado lendo Clarice?
Só se estiver mais morto do que vivo...
Mari
2 comentários:
Ola,Mari.
Que sensibilidade,querida.Seu Blog e um sonho.
Obrigada por participar do meuBlog,adorei.
Bjs.zenaide storino.
Oi Zenaide, seja muito bem vinda!
Bom domingo! Beijos
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